Bem-vindo ao Animus Violandi

O desejo de transgredir nos levou ao instante de criar um blog voltado para as satisfações poéticas. Queremos que você participe dessa viagem ao reino dos sentimentos de dois seres geograficamente separados, de almas tão diferentes e ao mesmo tempo tão próximos e semelhantes. Paradoxal? Sim. O paradoxo é a razão de estarmos aqui. Seja bem-vindo ao território de Kastrus.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Uma de Waly Salomão


Exterior

Por que a poesia tem que se confinar?
às paredes de dentro da vulva do poema?
Por que proibir à poesia
estourar os limites do grelo
da greta
da gruta
e se espraiar além da grade
do sol nascido quadrado?

Por que a poesia tem que se sustentar
de pé, cartesiana milícia enfileirada,
obediente filha da pauta?
Por que a poesia não pode ficar de quatro
e se agachar e se esgueirar
para gozar
– carpe diem! –
fora da zona da página?

Por que a poesia de rabo preso
sem poder se operar
e, operada,
polimórfica e perversa,
não pode travestir-se
com os clitóris e balangandãs da lira?

Waly Salomão

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